domingo, 11 de março de 2012

Expectativa para o show de Chico: 11 de março de 2012

 

A música tem dessas coisas, traz coisas guardadas a sete chaves no inconsciente, no coração, sei lá onde, mas nesses lugares em que guardamos os sentimentos. 

Desde que comecei a ouvir as músicas de Chico Buarque, “Com açúcar, com afeto”  foi e continua sendo a que mais gosto. Não é que não tenha nada a ver comigo, claro que tem! A submissão feminina e a dependência emocional sempre me tocaram de forma cortante. Eu não quero isso para mim, luto contra o tempo todo. Mas sofro de ver tantas mulheres nessa condição…

 

Com Açúcar, Com Afeto

Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê!
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário, vai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê!
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê!
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer? Qual o quê!
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você.

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