segunda-feira, 20 de junho de 2011

A melhor manifestação cultural nordestina


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= São João na Bahia

“Ai que saudades que eu sinto, das noites de são João/
Das noites tão brasileiras,  das fogueiras, sob o luar do sertão./
Meninos brincando de roda, velhos soltando balão,/
Todos em volta a fogueira, brincando com o coração,/
Eita são João dos meus sonhos, eita saudoso  sertão” (Luiz Gonzaga)

Pode parecer exagero, mas não tem coisa melhor nesse mundo do que São João no Nordeste. Porque no Nordeste não tem isso de festa junina, a gente comemora o São João! Alías, a história é a seguinte: planta o milho no dia de São José, reza o terço no Santo Antônio, faz festa no São João e lembra do São Pedro.

Desde 2005 que não compareço a uma autêntica festa de São João, o santo mais festeiro do mês de junho. E São Jõao que se preze tem que ter fogueira, tem que ter forró, tem que ter comida de milho, licor de jenipapo… As festinhas “juninas” que tentei fazer em São Paulo nunca foram muito autênticas: ou não tinha fogueira, ou não tinham baião, ou não tinham fogos de artifício.

Desta vez quero matar a saudade de tudo isso e ai de meu pai que não faça aquele fogueirão, do tipo que começa no dia 23 e só acaba no dia 24. As fogueiras que meu avô fazia eram assim, juntava a netarada toda para assar milho, acender chuvinha e ouvir as histórias do velho Marotinho. Meu avô chamava Maroto e o São João era a festa que ele mais gostava, apesar de ter nascido no São Pedro.  No imenso quintal da casa dos meus avós tinha milho verde para comer fresquinho, tirado do pé. Meu avô Maroto era um cabra muito trabalhador, que plantava milho no São José para a família comer no São João.

Ainda que esse São João da minha memória seja idealizado, quero reviver um pouco do que restou. Pelo que ouço dos meus pais, esse tipo de festejo tem se enfraquecido a cada ano, infelizmente. Quinta feira, dia 23, vou conferir e aproveitar o que ainda existe do São João.

sábado, 18 de junho de 2011

O Primeiro Passo

 

Faz tempo que penso em criar um blog. Escrever me anima um pouco, mas o que me move é a vontade de ter um tempinho pra mim, para pensar as coisas ao meu redor, a minha rotina, as coisas que gosto de fazer e que me dão prazer.

Arrumadinho é um prato típico nordestino e sua apresentação é como diz o nome, vem tudo bem montadinho e arrumado. Esse blog será assim: vai ter de tudo um pouco como o prato e também será arrumadinho, já que vai ser um espaço onde quero “arrumar” as coisas que passam pela cabeça.

Para começar o blog, uma música cantada por Marisa Monte no disco Infinito Particular. Para mim ela representa o que é ser mulher – “mulher moderna”.

Gerânio

Composição : Nando Reis, Marisa Monte, Jennifer Gomes

Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente

Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista

Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda

Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes

Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga

Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema

Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você

Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda